quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Sobre a violência

1º Medidas, austeridade, sacrifícios, desespero…


2º Manifestação, luta, participação cívica…

3º Vandalismo, arremesso de pedras, incêndios em pneus e caixotes do lixo…

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1º Circunstâncias certas ou erradas (erradas mas enfim…) criadas ou empoladas pela classe política dominante.

2º Acção legitima da parte de qualquer cidadão que de uma maneira ou de outra pretendem deixar o seu cunho (concordando com eles ou não um cunho sempre positivo) no decorrer dessas mesmas circunstâncias, na tentativa de reposição daquilo que cada um considera ser o mais correcto, chamando à atenção dos “poderes decisórios”.

3º Cambada de ignorantes com grave falta de neurónios, que pela sua acção não dão inputs positivos para o primeiro ponto, e ridicularizam os esforços levados a cabo por aqueles que participam no segundo.


A todas as princesas que através de um comportamento violento participaram nos protestos, vocês:

- Não são corajosos, são claros cobardes;
- Envergonham Portugal;
- Não lutam por nada, brincam à testosterona acéfala;
- Tal como criancinhas que que não têm noção, devem deixar os adultos manifestarem-se.


Espero sinceramente que hoje estejam bem marcados das bastonadas da polícia.



Com os melhores cumprimentos,

Miguel A. Ferreira

  [Imagem retirada de noticias.pt.msn.com]

domingo, 7 de outubro de 2012

Que Alternativas?




O Governo de coligação PSD / CDS-PP está a passar o seu pior momento político. A meu ver, deve-se sobretudo à péssima capacidade de comunicação e falta de preparação no anúncio de algumas medidas.
Um dos mais claros exemplos desta incapacidade foi o anúncio do aumento da TSU, com o nosso Primeiro-Ministro a abdicar da utilização do teleponto. É um exemplo significativo daquilo que Eduardo Catroga designa de “Má Comunicação Politica”.

Perante esta dificuldade de comunicação que o Governo tem (e passar a mensagem é um dos pontos fundamentais para qualquer governante), seria de esperar uma oposição forte construindo um caminho alternativo ao que Pedro Passos Coelho percorre. Mas não é isso que ocorre, senão vejamos:
Temos um Bloco de Esquerda que prepara a sucessão de Francisco Louçã. A liderança bicéfala sugerida por Louçã não é do agrado de muitos bloquistas e é uma questão de tempo para que os confrontos internos comecem a surgir.
O PCP, apesar da sua estabilidade e da eterna ligação à CGTP, não apresenta alternativas viáveis.
Tanto PCP como Bloco insistem no “Rejeitar o Pacto de Agressão” ou “Romper com a Troika” e na demissão do Governo. A alternativa pára neste ponto, pois não se sabe como e onde Portugal se iria financiar… O que aconteceria depois de cumprirmos o chavão “FMI fora daqui”? Ninguém sabe e BE e PCP também não fazem muita questão de explicar…

Sobra o PS de Seguro. Seguro, esse, que tem sido uma desilusão para os seus militantes. Basta constatar a amargura dos jovens socialistas em terem um secretário-geral que não anima, não cativa e não transmite uma imagem de ser alternativa credível.
Para além de restituir o feriado no dia 5 de Outubro, o melhor que Seguro consegue fazer é imitar um slogan publicitário “a linha que separa…” e apresentar uma proposta para redução dos deputados na Assembleia?! (proposta essa que o PSD já há muito anda a estudar….).
“Rigor e disciplina orçamental”, “transparência”, “mais tempo para a consolidação das contas públicas” e mais um punhado de frases feitas não bastam para convencer os militantes, quanto mais a população portuguesa…

Daí o discurso de António Costa no 5 de Outubro, perfilando-se para assumir uma liderança no PS, que eu apostaria acontecer antes das próximas legislativas.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A quem pertence a dívida?


Numa altura em que o Governo apela à austeridade, e onde todos os dias somos bombardeados com noticias sobre o endividamento da população portuguesa, é importante ressalvar que o maior problema do estado português é o seu sobreendividamento,

Como cidadão eu tenho o direito de me endividar se eu assim o quiser. Eu como cidadão vou ao banco, e efectuo o contrato com o banco aceitando as condições que o banco me propõe. Neste contrato o Estado não tem qualquer papel activo. Mas quando é o estado que efectua um contrato com um banco, eu como cidadão tenho o direito de saber as condições, e o porque desse contrato, a que se destina, etc.

Quem esta na bancarrota é o Estado português, e não os seus cidadãos, como tal não entendo a razão pela qual o estado (Governantes) culpabiliza os cidadãos. O estado em vez de estar a tomar medidas que prejudiquem o cidadão, deveria tomar medidas para acabar com o despesismo do Estado. Mas este é um objectivo complicado, pois existem muitos cidadãos e empresas nacionais, que ganharam muito dinheiro à conta do despesismo do estado. Mas este tema fica para a outra semana. Nesta semana vou abordar a questão do despesismo do estado.

Hoje foi publicado uma notícia onde é divulgado que as instalações do SEF e da ANSR no TAGUS PARK, custam ao erário público 185 mil euros por mês (2.2 milhões de euros por ano) e que o contrato de arrendamento teria a duração de 10 anos, ou seja a empresa dona do edifício arrecadaria no fim dos 10 anos qualquer coisa como 22 milhões de euros. Este contrato foi assinado em 2008, portanto nesta altura já havia a crise no mercado imobiliário, embora a palavra Troika e austeridade estivesse ainda muito longe. O que eu pergunto e o que os portugueses deviam perguntar é como foi possível efectuar um contrato destes. Eu reconheço que as instalações, são excelentes, com uma boa localização, fácil acesso, etc. mas mesmo assim não justifica uma verba destas. Com tantos edifícios públicos que existem embora muitos deles estejam degradados, não seria mais logico aplicar esse dinheiro na requalificação desses edifícios e desta forma aproveitar o que já existe? Eu sei que a requalificação de um edifício antigo pode ficar mais caro do que construir um de raiz, é um facto. Mas pelo menos o problema da requalificação urbana começaria a ser resolvido. Ao invés de agora que gasta-se dinheiro e o problema mantem-se.

O Estado tem de ser gerido como uma empresa privada, no sentido em que a sua gestão não deve nunca ser deficitária, e os lucros devem investidos no bem comum. Será que os nossos governantes nunca foram sequer à primária e aprenderam que quando se gasta mais do que se tem, fica-se com valores negativos? Ou então não prestaram atenção na preparatória e acham que uma conta com dois números negativos como se anulam um ao outro fica positivo, deve ser por isso que a seguir a uma divida vem logo outra.

Eu como Português gostaria de saber qual o valor mensal que o estado gasta em alugueres tanto de edifícios como do parque automóvel. De certeza que é um valor absurdo, mas será que alguém no governo alguma vez pediu algo deste género, ou pior, se já alguém foi capaz de um dia entregar uma lista exacta e correcta destes valores?

O Governo Português, não deve tentar fazer dos portugueses burros, pois burros foram eles em efectuarem os negócios catastróficos que fizeram e agora vem nos pedir para pagar. Só que a estes somos “obrigados” a pagar. Num estado de direito e livre, onde está a justiça nisto? Onde estão os processos em tribunal por abuso de poder, e usurpação de bens públicos? Será por algum motivo que todos os últimos primeiros-ministros, foram para o estrangeiro? Recordo-me que este é o comportamento que os criminosos têm fugir do país onde cometeram o crime, para não poderem ser julgados.


Por Joaquim Pereira

domingo, 29 de julho de 2012

Contingências


Mês de Junho é o mês das Festas de Lisboa. Os bairros históricos da cidade preparam-se para receber as gentes de todo o país. Em Alfama, um dos bairros mais antigos de Lisboa, começa muito antes de Junho o início dos preparativos para a noite Santo António, para muitos está em causa o rendimento para todo o ano.

Num bairro onde talvez 80% da população seja idosa, dos 20% que restam apenas meia dúzia tem um emprego, os outros vivem daquilo que ganham neste mês, para além do Rendimento Social de Inserção que lhes está garantido todo o ano.

Os famosos retiros começam logo a ser pensados no início do ano, há que procurar madeiras para fazer as bancadas porque as que serviram no ano anterior já estavam podres e não se pode guardar para o ano seguinte, porque há uma lei que não lhes permite que as tábuas que foram usadas num ano sejam utilizadas no ano seguinte. Está escrito nas regras do bairro “não guardes para o próximo ano aquilo que utilizaste neste ano”.

Mas, aparte destes pormenores é de louvar o árduo trabalho que esta população tem para deixar tudo preparado para que chegue então o mês de Junho para começar a trabalhar. Durante este mês, toda a gente em Alfama trabalha, nem aquele que é tipo mais preguiçoso do bairro tem tempo para descansar e beber um copo e fumar o seu cigarro, tem que estar tudo preparado para receber os jovens e as famílias que veem beber um copo ou comer uma sardinha.

Esta é a realidade que nunca é falada e que se passa todos os anos, pessoas que não precisam de trabalhar porque o Estado oferece o Subsidio de Sobrevivência e que como se não bastasse, facturam num mês aquilo que a maioria das pessoas não ganha num ano. A fiscalização aos retiros fica apenas cingida aos cuidados de higiene, os milhares (e são mesmo milhares) de euros que são ganhos por estas pessoas não são taxados pelo Estado, não há facturas, não há pagamentos de impostos, apenas há que pagar o aluguer do espaço para montar a banca que se fica pelo 20 ou 30€.

Toda a gente nascida e criada em Lisboa conhece esta realidade e no entanto ninguém faz nada para alterar estes acontecimentos que são repetidos todos os anos.

Naturalmente que há exepções, como é o caso dos senhores das roulottes de farturas que, por serem considerados vendedores ambulantes e que fazem desse negócio o seu ganha-pão, pagam 100 vezes mais para ter a sua caravana estacionada no local durante 3 dias.


Por Hemal Maugi

Coerência

“Conformidade entre factos ou ideias. Nexo, conexão.”



Esta é a definição de “Coerência” no dicionário de Língua Portuguesa, e é na falta dela que reside o problema da sociedade portuguesa.

A falta de conformidade entre os factos ou as ideias dos portugueses, nos últimos 38 anos, tem sido alarmante. Claro que não defendo a ditadura, nem sou adepto de Salazar, mas vejamos a questão de fundo: Salazar era coerente. Agia de acordo com o que pensava. Havia conformidade entre as suas ideias e aquilo que executava. O nexo e a conexão não se perdiam no meio deste processo.

O mesmo não se pode dizer sobre a maior parte das figuras políticas desde então. Podem ter as melhores ideias do mundo, “as mais nobres e belas”, mas a falta de coerência não permite a garantia da conexão e do nexo entre aquilo que pensam e aquilo que fazem. Acabam sempre por nunca fazer aquilo que pensam, daí a célebre expressão: “Prometem, prometem mas nunca fazem nada!”.

O meu ponto é este: é mais fácil mudar o pensamento do “Salazar”, tendo sempre a garantia que o processo entre as suas ideias e as suas ações é feito com nexo e coerência (ou seja, o que pensa vai fazer!), do que garantir a quem não é coerente, que o caminho entre ideias e ações não é alterado (como constantemente verificou-se ao longo dos últimos 38 anos).

Mudar o pensamento do “Salazar” apenas requer o poder de argumentação.


Por Ricardo Cabral

quinta-feira, 24 de março de 2011

Sentes-te sonolento



Mais um dia, menos um PM.

“Com a determinação de sempre irei submeter-me a essa decisão.”


A culpa é da tal “coligação negativa”, pois nenhuma força política estava disponível para negociar o PEC. Aliás, desde que Sócrates tomou posse o que mais se destacou foi a sua reconhecida preferência pela negociação:

- Sócrates não teve um primeiro mandato em que usou e abusou da “maioria ditatorial”… negociou.

- Sócrates não apresentou medidas à última da hora, nem pressionou partidos e parceiros sociais, sob um manto de inevitabilidade…negociou.

- Sócrates não apresentou “coisas” em Bruxelas primeiro… negociou-as em Portugal.

- Sócrates não escondeu “coisas” como a recessão numas alturas ou o défice noutras… perdeu-se em tanta negociação.



O mesmo PSD que claramente queria deixar o PM afogar-se no seu mar de detritos, afinal, é culpado de “sofreguidão e impaciência pelo poder”. Até porque, nem pouco mais ou menos o timing foi escolhido por Sócrates.

“a situação da economia e das famílias ficou refém do calculismo político mais imediato” Sócrates

“Sócrates vai candidatar-se às próximas eleições.” Público



Como se não fosse o suficiente. O país tem agora mais um desempregado…

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[Imagem retirada de wehavekaosinthegarden]

terça-feira, 22 de março de 2011

Da Crise Política


A verdadeira crise política que nós atravessamos…

… é a falta de qualidade dos actores políticos, e dos partidos que os suportam.

… é a insistência em usar o futuro do país como joguete eleitoral.

… é a ânsia desmedida pelo poder, apoiada num falso sentido patriótico.

… é o autismo do actual governo, é uma oposição que não vê além do seu próprio umbigo.

… é a ideia de uma democracia que só funciona sob o julgo de uma maioria ditatorial.

… é a meia palavra e a meia verdade.

… é a memória curta de um povo que reclama, aponta, desdenha, mas acaba sempre por comprar.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Corrupção em boa forma


Ver aqui

Uma reportagem de investigação de Rui Araújo, Rui Pereira e Carlos Lopes para o Reporter TVI, que mostra a saudável corrupção portuguesa. Recomenda-se

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Excepções

Rios de tinta e fôlegos sem fim de palavras dedicadas à excepção açoriana na redução do vencimento dos funcionários públicos, que se veio a chamar de remuneração compensatória.

Menos palavras gastas na excepção dos cortes salariais para os trabalhadores das empresas públicas atafulhada à última hora, e defendida pelo governo, que se veio a chamar de adaptações autorizadas.

Menos ainda na excepção madeirense à redução dos salários dos titulares dos cargos políticos, que se veio a chamar de coisa nenhuma, porque nem se deram ao trabalho.

Uns para compensar perdas eleitorais, outros para defender os interesses do costume, recorrem todos às excepções para manterem vivas as demagogias naturais. Se a mesma criatividade e empenho fosse empregue no bom desempenho dos seus cargos…

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Foi presente



No jantar de Natal do PSD-M que Jardim decidiu dar um “presente” aos madeirenses…

“É aqui, hoje, esta noite perante vós que eu digo: sou novamente candidato”

É a surpresa total de uma candidatura virtuosa que se insurge contra…

“… ataques mais vis e ignóbeis em que uma garotada, uma canalha, está fazer como nunca nestes 30 anos ao PSD.”

É certamente para proteger a Madeira das investidas de…

“…uma união da maçonaria da Madeira Velha, dos socialistas e dos comunistas que estão todos juntos num ataque ao PSD onde vale tudo.”

El presidente falou também sobre o “salto geracional” que o PSD-M tem que saber fazer, e que “não pode ser discutido na praça pública a brincar aos delfins”. Até porque quando se fala em algo do género os “delfins” tendem a atropelar-se uns aos outros.

Enfim… Jardim igual a si mesmo. Quanto ao “presente”, passa-se o mesmo com as meias e as gravatas, é aquele presente de natal que já sabemos que iremos receber e quem vai dá-lo…

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

São direitos

Hu Jintao visita Portugal.

A Amnistia Internacional convoca um protesto em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, por causa das contínuas violações de direitos humanos na China e para exigir a libertação de presos políticos ou por delito de opinião.

A Associação de Comerciantes Luso-chineses promove manifestação de apoio ao presidente chinês.

De acordo com o Governo Civil a Associação de Comerciantes pediu primeiro [ver comunicação] . Assim sendo, a manifestação de apoio fica bem em frente dos Jerónimos.

Quanto à manifestação da Amnistia Internacional, só por ter sido pedida em segundo lugar passa a ser considerada uma contramanifestação. Algo que só por si já é muita fruta… mas o que fazer? Os “apoiantes” pediram primeiro… Então o que aconteceu à tal contramanifestação? Foi posta na junto à Torre de Belém, bem longe de olhares asiáticos, e com os cumprimentos de António Galamba [Governador Civil].


Eis as razões…


Hu Jintao quer ajudar Portugal a ultrapassar a crise económica

Sócrates e Hu Jintao assinam vários acordos institucionais e empresariais

Milennium BCP assina acordo com maior banco chinês para cooperar também em África

Eléctrica chinesa quer entrar no capital da EDP

sábado, 6 de novembro de 2010

Passos Coelho responsabiliza


Passos Coelho defende a responsabilização civil e criminal dos responsáveis pelos maus resultados:

“Quem impõe tantos sacrifícios às pessoas e não cumpre, merece ou não merece ser responsabilizado civil e criminalmente pelos seus actos?”

Num rasgo súbito de demagogia, Passos Coelho tenta recuperar da imagem de “dançarino de tango”… Vamos responsabilizar os malandros, porque eles merecem… e pelo caminho tenta colar o PS à irresponsabilidade do poder, mencionando a fraca execução orçamental. Muito surpreendente seria estas declarações passarem de mera conversa.

Se Passos Coelho quer uma cultura de responsabilidade, refrescante seria começar por deixar a táctica partidária de lado.


[Imagem retirada de Dar à tramela]

Alegre desamparado


“Não é a sucessão dentro do partido que neste momento está em causa. O que está em causa é a democracia e é o futuro da democracia.”

“Há dirigentes do partido que têm as suas responsabilidades, têm que falar, têm que se comprometer, porque este combate não é só meu, não é só dos militantes, é de todos.”





[Imagem retirada de Blog operatório]

Agarra que é ladrão

Até agora os aposentados do Estado que estão a desempenhar funções públicas não podiam acumular a totalidade do salário e da pensão. Tinham de escolher qual receberiam na totalidade, e qual receberiam só um terço. O governo decidiu que a partir de 2011 ou um ou outro. De acordo com o governo a dificuldade está agora em saber quantos funcionários públicos acumulam a pensão e o salário.

Pessoalmente, não tenho qualquer problema com o impedir que o Estado pague à mesma pessoa pensão e salário, muito menos se tiver em conta o actual clima económico. Aparentemente este assunto não é pacífico para todos, especialmente para Alberto João Jardim. O Estado “é ladrão”,  diz Jardim, porque não permite a tal acumulação.

A última vez que a reforma do Presidente Regional veio à baila:

“…eu digo bastardos para não lhes chamar [aos jornalistas do continente] filhos da puta." Jardim

Assim sendo, chamar o Estado de ladrão não está nada mau, e afinal, o Sr. está preocupado com os princípios “fundamentais da União Europeia.” Esta indignação não é nova. Aliás, tudo o que tem a ver com reduzir o rendimento de políticos e/ou de partidos o Sr. Jardim está contra [também não é favorável à regulação e por aí em diante]. O PSD-M já tomou a liberdade de “proteger” o rendimento dos políticos madeirenses, com o Estatuto Político-Administrativo da RAM.

Artigo 75.º

(…)

2 - Aplica-se aos titulares dos órgãos de governo próprio da Região o estatuto remuneratório constante da presente lei.

(… e para que não hajam dúvidas …)

20 - O estatuto remuneratório constante da presente lei não poderá, designadamente em matéria de vencimentos, subsídios, subvenções, abonos e ajudas de custo, lesar direitos adquiridos.

É por estas e por outras que a Madeira Política vive um regime de excepção no que toca a estas matérias. Do acesso a uma subvenção vitalícia, à acumulação total de salário e pensão, a vergonhosa situação prossegue incólume. Jardim acumula a pensão de 4124 euros, com a totalidade do salário de presidente, quando no resto do país só recebem um terço de um deles. Com ele, Miguel Mendonça [presidente da Assembleia Legislativa regional], Carmo Almeida, Ivo Nunes, Gabriel Drumond [os 3 deputados do PSD], e André Escórcio [deputado do PS], também usufruem da gloriosa excepção.

Indigne-se com isso…


[Imagem retirada de INGEEK]

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

São heróis!


Passou na generalidade, agora vai para a discussão na especialidade. O compromisso levou a melhor, mediante a difícil situação que o país atravessa… seria o que poderíamos dizer, caso tivesse havido algum pingo de responsabilidade e verdadeiro patriotismo por parte dos partidos. Mas na verdade a obstinação de sempre do PSocratismo, o consentimento do PSD [ambos com um teatrinho à mistura], bem como o medo velado do défice e dos mercados foi o que conduziu a esta viabilização.

A crispação na AR mostra bem a fragilidade política de um OE feito PEC em nome de um qualquer imperativo patriótico. A fraca execução orçamental, a estabilidade política de fachada, e a ilusão de crescimento económico promovida pelo Governo, dão uma “perninha” ao tal “comportamento especulativo”  para a subida dos juros. Aparentemente, apesar de toda a propaganda, essa coisa de aprovar um “mau orçamento” não dá muito resultado no que toca à credibilidade [Vá se lá saber porquê!?!]. Tanto patriotismo gasto com a ingratidão dos mercados. É uma pena…


Só nos vale a sorte nos erros de última hora que por aí acontecem, que têm um carácter equilibrado tal como todos os “erros” tendem a ter. Uma subida simultânea dos totais da despesa e receita em 831 milhões [não tem efeito no défice] não é engenharia financeira. É muita sorte. Quase tanta sorte como a que será precisa para evitar a recessão. 

De qualquer maneira os propósitos estratégicos dos partidos estão servidos. O PCP, BE, e CDS-PP opuseram-se à enxurrada que por aí vem… São heróis! O PSD, que lava as mãos das consequências deste OE, viabiliza-o salvando Portugal das mãos do implacável FMI e dos assanhados mercados… São heróis! O PSocratismo através de medidas corajosas combate a crise em que o país mergulhou [sem culpa nenhuma para o governo, claro está]… São heróis!


[Imagem retirada de Mauri Siqueira]

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Coelho ao Poleiro

Já tem página oficial de candidatura.



Enfim…

E já lançou a sua candidatura. Recuperou o carro funerário e o “amigo” das últimas autárquicas, desta forma:


[Imagem retirada do PND-Madeira]

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Um candidato a sério

Mais uma “reviravolta” nas Presidenciais. Um candidato madeirense que irá com certeza ameaçar a candidatura de Cavaco Silva … [rufo] … José Manuel Coelho do PND Madeira.



Ainda no processo de recolha de assinaturas a candidatura já tem um lema:

“Basta de pastéis, Coelho a Belém”

E para que não haja dúvidas os “pastéis” são mesmo os outros candidatos a Belém.


José Manuel Coelho pretende “percorrer Portugal de Viana do Castelo a Faro, porque esta é uma candidatura nacional, não é só madeirense.” Só boas notícias. Já era tempo do país conhecer o melhor que a palhaç… digo, propaganda política madeirense tem para oferecer.

Veja aqui os exemplos a que me refiro.

O Pacto


Enquanto decorria o Conselho de Estado dedicado ao tema, Teixeira dos Santos e Catroga reuniam na casa do segundo. Da chaminé de Catroga saiu fumo branco… objectivo atingido, foi negociada… uma abstenção. Um OE 2011 que já se tinha tornado um imperativo patriótico prossegue viagem. E que alteração substancial ao OE foi alvo de tanto rebuliço? Nenhuma, pois todos menos o Governo concordam este é um mau orçamento. O PSD cedeu aqui, o Governo ali. Ambos “salvam face” porque negociaram, e salvaram o país do monstro FMI.


Do lado de Coelho a necessidade perante as circunstâncias determina a viabilização, mas não sem minorar as consequências mais negativas deste OE. Assim tal como Pilatos o PSD lava as mãos e a responsabilidade pelo OE é só do Governo. Certamente que também não passará de mera coincidência a disponibilidade para acordo por parte do PSD e a candidatura do cidadão Cavaco. Podemos ler no comunicado do partido que...

”de acordo com os dados que finalmente o Governo apresentou sobre a evolução das contas públicas, foi possível constatar que a derrapagem orçamental (…) é bastante mais grave do que aquilo que tem sido afirmado”

…e por causa disso, não puderam…

“ir mais longe na procura de soluções que, nomeadamente no tocante ao IVA e à TSU, permitisse minorar mais a sobrecarga fiscal.”

Mais boas notícias que nos permitem desenhar um lindo cenário.

Do lado do governo o adiar do fumo branco permitiu a Sócrates poder ir falar para a Europa sobre a sua corajosa e solitária cruzada contra o défice. E esta coisa de ceder em pormenores tem muito que se lhe diga. Teixeira dos Santos pode agora dizer que “o acordo tem consequências”. Qualquer coisinha… foram as consequências! Com 500 milhões de euros para compensar o acordo, o ministro fala em encontrar um “mix adequado” [despesa\receita]. Já o PS promete que não irá recorrer ao aumento de impostos. Por muito que leia esta última frase, ela nunca deixa de ter piada…


Mesmo sem ter em conta a telenovela política que tivemos a “oportunidade” de assistir, o espírito por trás do acordo torna-se visível quando nem houve lugar para uma declaração conjunta. Só podemos antever “próximos episódios”. Não deixa de ser irónico que na conferência de imprensa onde Teixeira dos Santos confirmou o tão almejado acordo, ter falado também sobre novas medidas para pôr o défice em 4,3%. Avizinham-se mais anos da crise, dos PEC, e das danças.

 
Quanto aos outros partidos, o BE e PCP nem se preocuparam com a viabilização do OE, dado que a direita iria certamente preencher o vazio. Fecharam qualquer porta à negociação anunciando um chumbo. Uma atitude coerente tendo em conta os historiais, mas nem por isso responsável ou mesmo democrática. O CDS-PP deixa o anúncio do chumbo para quando estava claro que o palco ia ser todo de Coelho. Sócrates não permitiria que fosse de outra maneira. Uma vez parceiro de dança…


Uma notícia positiva é que aparentemente o pacto PS\PSD foi bem recebido na imprensa internacional. Pode ser que isso acalme o nervosismo dos mercados. E muito simpáticos foram os senhores jornalistas estrangeiros, porque caracterizaram o teatro político-partidário que durou 7 dias, como “várias semanas de tensas negociações”. Assim, até parece bem! 


domingo, 31 de outubro de 2010

Mui Nobre (2)

A candidatura de Fernando Nobre reconhece o atraso de um mês de renda, e não os seis meses avançados pela SIC em entrevista com o senhorio. Aparentemente já na última sexta-feira ficou combinado com o senhorio que a candidatura iria proceder a novos pagamentos.

O que será que aconteceu aos outros cinco meses? De acordo com Fernando Nobre “é óbvio” que “do que se trata não é de pagamentos em falta”, mas sim de “denegrir a candidatura.” Será?

De qualquer maneira, caso seja mesmo um atraso de um mês o meu último post não se justifica.

[Ver Mui Nobre (1)]

Mui Nobre

O candidato Fernando Nobre há pouco tempo falava na necessidade de rigor na gestão pública:


…e acrescentava…

"…há que repensar tudo isso e ter um saneamento das contas."

Sede de Candidatura




Dois meses depois destas palavras serem proferidas a candidatura de Fernando Nobre deveria pagar 108 mil euros ao senhorio, por 6 meses de renda. Acabaram por pagar 20 mil euros pois aparentemente estavam com problemas de financiamento. Que é como quem diz: Não têm dinheiro para pagar os sonhos que ultrapassam as suas capacidades.


Agora Fernando Nobre corre o risco de perder a sede...



Enfim... Façam o que eu digo e não o que faço...




[Ver Mui Nobre (2)]

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Outras campanhas



Os melhores momentos do período de campanha política em 2010 nos E.U.A.:





Uma candidata que já praticou bruxaria e que durante uma campanha ouvia a voz de Deus...

Um candidato democrata que diz:” Mr Obama could "take his endorsement and really shove it"...

Uma candidata que afirma haverem duas cidades norte-americanas que funcionam sob a Sharia [lei sagrada do Islão]...

“Scratch and sniff” a propaganda política que cheira mal...

Vale a pena dar uma olhada.



Negociações...

Em alturas de Conselho Europeu com a crise e a disciplina financeira na ordem do dia, a Alemanha e França querem apertar o cerco aos países incumpridores com mecanismos de gestão de crises e penalizações, chegando a ser sugerido o retirar de direitos de voto. Sob um clima de revisão do Tratado de Lisboa com vista a disciplina financeira, Lisboa chega sem acordo para o OE e com a pressão dos mercados a aumentar


As negociações entre PS e PSD foram rompidas com espalhafatosos directos televisivos indicativos do que foi a realidade das “negociações.” As mútuas acusações de falta de disponibilidade para negociar deixam a nu as verdadeiras razões para este desenlace. Não foi certamente uns milhões que provocaram o desentendimento. Foram antes razões políticas, só partidariamente relevantes, as verdadeiras causadoras desta trica. PS e PSD brincam agora à batata quente. Ambos estão disponíveis, ambos esperam que o outro dê o primeiro passo.


Em princípio o OE passará, mas não podemos deixar de lado toda a telenovela política. Para quê criar consensos e trabalhar em conjunto? Reunir com os vários partidos e pensar um orçamento atempadamente com negociações sérias, responsáveis e [necessariamente] demoradas? Não… Vamos antes deixar para as últimas e conseguir um arranjinho com o maior partido de oposição. Isso é que é negociar. Demoradas? Não há nada como tentar resolver o assunto uns dias antes, com umas horas de retórica partidária.


Neste caso, o autismo político do governo só é complementado pela incapacidade dos partidos para pensar além do próximo acto eleitoral. As inflamadas e muitas vezes jocosas declarações denunciam a incapacidade negocial de todos os partidos, bem como a facilidade com que cedem ao oportunismo partidário. Responsabilidade e Sentido de Estado são meras palavras na boca de muitos destes políticos usadas quase exclusivamente para justificar votações. Não é à toa que muitos destes filósofos da democracia só sabem funcionar com maiorias absolutas. Um mal que se estende do poder local, aos corredores de São Bento.


Amanhã Cavaco Silva dará um exemplo da tal “magistratura activa” [o pós magistratura de influência…] de que falava, com o Conselho de Estado apontado no OE. Atitude que também podia ter vindo mais cedo, pois a situação certamente o exigia.


[Imagem retirada de Corridas e patuscadas]

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Pormenores

O desnorte de um governo que deixou arrastar uma situação má de tal maneira que já não sabe onde mais cortar, leva a que no nosso Estado laico um governo socialista proponha no OE a discriminação de todas as religiões em relação à católica [quanto ao pedido de reembolso do IVA].



Erro ou manobrismo político?

Onde encontrar os candidatos?


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Reeditando candidatura

Acabou-se o tabu e Cavaco é candidato. Assim a bem dizer, Marcelo Rebelo de Sousa tomou a liberdade de levantar esse véu há uns dias atrás. Mas o discurso foi ontem e Cavaco optou por uma reedição da candidatura que o levou à presidência.

Em 2005 Cavaco candidatava-se por “imperativo de consciência” não se resignando a uma situação difícil, e com um olho no futuro. Agora candidata-se “por dever” perante uma situação extremamente difícil e pelo futuro de Portugal.

Cavaco apostou na sua experiência e na estabilidade da sua “magistratura de influência” para cativar os portugueses, só é pena que o “Presidente próximo das populações” por mais do que uma vez tenha roçado a altivez:

Orgulho-me de ser um dos responsáveis políticos que melhor conhece a realidade das diferentes regiões do País.”


O que teria acontecido sem os alertas e apelos que lancei na devida altura, sem os compromissos que estimulei, sem os caminhos de futuro que apontei, sem a defesa dos interesses nacionais que tenho incansavelmente promovido junto de entidades estrangeiras?”

Em 2005 o candidato Cavaco pediu a suspensão da sua filiação no PSD e não se candidatava contra ninguém, agora Cavaco tem uma candidatura independente de todas as forças partidárias, e: “O meu partido é Portugal.”…muito ao estilo do companheiro Jardim que afirma: “O meu Partido é a Madeira.” São palavras muito bonitas que caem bem no ouvido, mas na verdade o “independente” Cavaco é a candidatura do PSD apoiada pelo CDS-PP, tanto quanto o “independente” Alegre é a candidatura do PS apoiada pelo BE.

Para além da menção ao desempenho irrepreensível [de acordo com o próprio] do seu mandato como Presidente, a grande diferença para 2005 foi o anúncio da contenção na despesa da sua campanha. Em tudo diferente das últimas presidenciais onde Cavaco foi protagonista da campanha mais cara. “Não colocarei um único cartaz exterior” diz Cavaco em jeito de boca a Alegre…



… ou até mesmo a Nobre que pelo menos na sede pensa em grande…


Os restantes candidatos reagiram logo:

- Para Defensor Moura [o socialista que “complementa a candidatura de Alegre”… enfim…] Cavaco traz “zero novidades”;

- Para Francisco Lopes [candidato do PCP] a longa experiência de Cavaco, como PM e PR, foi o que nos trouxe a esta situação difícil;

- Para Nobre [o verdadeiro independente] é necessário "escrever um novo livro, com um novo Presidente da República";

- Já Alegre [candidato do PS], que antecipou-se ao anúncio de Cavaco, a única novidade é que este tem os mesmos apoios de 2005 enquanto ele [Alegre] agora tem mais apoios.

As Presidenciais 2011 já estão em marcha, agora só falta saber se Manuel João Vieira, líder dos Ena Pá 2000 sempre vai ser candidato.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Conta-me contos

A surpresa das surpresas! Ainda nem acabaram as negociações e  Passos Coelho já tenta justificar a abstenção do PSD:


Vai ou não vai um tango? Vai pois...


[Imagem retirada de Cidade Solitária]

PNR merece prémio

Em 2010 foram muitos os cartazes políticos que foram aparecendo [ver]. O PCP e BE dominam a paisagem propagandística, mas é o PNR que merece destaque com esta beleza:



Uns porquinhos, uma maminha... produção nacional... lindo.

[Imagem retirada do Politikae Imagens]

domingo, 24 de outubro de 2010

Regionais na Madeira... asseguradas

É com atenção aos “constrangimentos impostos pela situação económica e financeira do país” que a Assembleia Legislativa da Madeira optou por reduzir o seu orçamento 334,5 mil euros. Em nada diferente de um milagre, isto para uma Assembleia que não há muito tempo conseguiu a proeza de ter menos um terço de deputados e praticamente o mesmo orçamento do ano anterior a esse… Não obstante o que não deixou de aumentar foram as transferências para os partidos com uma subida de 5%. Até calha bem porque vai ser ano de eleições regionais e todos os tostões contam.


Não é segredo nenhum que aquilo que é para os grupos parlamentares rapidamente chegará às campanhas eleitorais. E a julgar pelo último chorrilho de multas relativas a 2007, o TC bem que pode censurar, mas de facto o “crime compensa”. As boas notícias são que os madeirenses poderão beneficiar de uma rica campanha em tempo de crise. E afinal, Alberto João Jardim precisa disso… já que a crise não permite a habitual campanha eleitoral recheada de inaugurações, alguém tem que pagar o habitual Tony Carreira...